terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mary Kay (A Dama do Cadillac cor de rosa): De um Livro a Um Plano de Negócios.


Mary Kay (A Dama do Cadillac cor de rosa): De um Livro a Um Plano de Negócios.

A Mary Kay Cosmetics foi a primeira empresa presidida por uma mulher a entrar na Bolsa de Valores de Nova York, no ano de 1976.

Mary Kay Ash (1915-2001) teve uma vida simples, mas sempre persistiu naquilo que acreditava. Valorizava o trabalho árduo e a Regra de Ouro: “fazer pelos outros o que gostaríamos que fizessem por nós”. Adotava o seguinte princípio: Deus em primeiro lugar, a família em segundo e a carreira em terceiro. Conseguiu um diferencial conquistando um espaço melhor para as mulheres e suas famílias, influenciou inúmeras colaboradoras a ingressarem no universo empreendedor.

Mary Kay começou a trabalhar numa época em que os homens dominavam a força do trabalho. Após uma longa carreira de 25 anos de vendas diretas, aposentou-se para escrever um livro.

Ela decidiu deixar a Avon em 1963, porque não havia como crescer além do posto de vice-presidente. Desejava algo inédito, inovador, não apenas para si, mas que fosse algo diferente, o que ninguém nunca havia ousado fazer. Na verdade, Mary queria criar uma empresa onde as mulheres tivessem a oportunidade ilimitada para o seu sucesso financeiro.

Através de experiências adquiridas nas empresas onde trabalhou, sentiu-se motivada, buscando toda a energia que havia dentro de si, o conhecimento, os contatos (pessoas de sua relação), teceu relações com fornecedores exclusivos e resolveu criar o seu próprio negócio. Teve a grande idéia e para transformá-la em oportunidade, mudou radicalmente a sua trajetória; e, no lugar do livro que estava escrevendo, começou a elaborar um Plano de Negócios.

A famosa Dama do Cadillac cor de rosa, percebeu exatamente o que a mulher numa faixa etária acima de 40 anos precisa e procura. Segundo Timmons & Hornarday apud Dolabela (1999), os empreendedores se destacam por apresentarem condições e traços para empreender. Mary conhecia muito bem o ramo em que iria atuar, cultivou a imaginação e aprendeu a definir visões, seguindo seu próprio método de aprendizagem: aprender a partir do que faz, enxergar o resultado, sentir a emoção e afeto em ser uma agente de transformação.

A necessidade do aprendizado na vida de um empreendedor torna-se sistêmico. Para Dolabela (1999), uma das características é trabalhar sozinho e ter um mentor (“um modelo”, alguém que o influencie), Mary seguiu os passos de Miss Albe. Soube como ninguém fixar metas e alcançá-las. Acreditou no que estava fazendo, teve sempre alto comprometimento e traduziu seus pensamentos em ações. Com o auxílio do filho mais velho, que na época tinha 20 anos e o apoio de nove Consultoras de Beleza, preparou-se para criar uma empresa que fizesse a real diferença na vida das mulheres.

Com $ 5,000.00 de suas próprias economias (a maioria dos negócios geralmente são criados com reservas pessoais, de amigos ou de alguém da família) investiu na empresa. Assim iniciou a história da Mary Kay Cosmetics, em Dallas, Estados Unidos, no dia 13 de setembro de 1963.

A empresa criou sistema de recompensas com o foco nas necessidades das mulheres e também um sistema único de premiação: um Cadillac cor de rosa para a melhor vendedora, exatamente o carro que ela gostava de exibir, como ideal a ser conquistado. Foi assim que ficou conhecida como a “Dama do Cadillac cor de rosa”.

A idéia de Mary deu certo, graças a persistência e a pratica contínua das habilidades empreendedoras. A empresa cresceu e se tornou grande concorrente da Avon. Hoje, a Mary Kay Cosmetics é a principal cliente individual da GM que, em cada um dos mercados em que atua, desenvolve um modelo de carro cor-de-rosa. Sua dedicação ao trabalho e incansável perseverança permitiu sua sobrevivência e, mais tarde, o seu sucesso.

A automotivação de Mary era notória. Tinha por natureza um espírito empreendedor, criativo e de liderança, que naturalmente influenciava suas colaboradoras a realizar as vendas e trazer novas colaboradoras. Assim aumentava significativamente o número de mulheres empreendedoras no mundo.

Para Peters (1998) há 25 anos atrás, cerca de 400.000 mulheres americanas eram proprietárias de empresas. Hoje está perto de 8 milhões. Essas empresas faturam mais de 2,3 trilhões em vendas anuais e empregam mais de 18 milhões de pessoas.

Segundo Peters (2004), essa transformação que vem ocorrendo no mundo pode-se chamar de: “Coisa de Mulher”. As mulheres estão em busca da independência financeira, não visando apenas riqueza. Estão exigindo o controle de suas vidas e condições de trabalho, mas também estão abertas a possibilidades e são flexíveis, buscam o prazer e o equilíbrio.

Segundo pesquisas feitas pela London Business School (2003), a população brasileira é considerada uma das mais empreendedoras do mundo e coloca em destaque a participação feminina.

Conforme dados SEBRAE & GEM (2004), de um contingente de 14 milhões de empreendedores no Brasil, a mulher empreendedora representa 6,44 milhões desse universo.

De acordo com pesquisas realizadas por esses institutos, a taxa de empreendedoras saltou de 29% em 2000 para 46% em 2003. Esse número vem aumentando de maneira surpreendente.

As mulheres têm uma grande capacidade de satisfazer as necessidades dos que com elas trabalham. O resultado disso é uma forma equilibrada e harmoniosa de alcançar o seu próprio crescimento, refletindo-se nos serviços por elas prestados. A necessidade de poder, para as mulheres está relacionada ao grau de influência que elas exercem no ambiente onde trabalham, e não em mordomias, tamanho da equipe, salários e outros.

Atualmente a Mary Kay Cosmetics é uma das maiores empresas de vendas diretas de cosméticos do mundo, tendo alcançado recordes de vendas no ano de 2003, com um faturamento de 3,6 bilhões de dólares. A companhia possui mais de 1.000.000 de Consultoras de Beleza Independentes e 33 mercados distribuídos pelo mundo. Sua linha de cosméticos inclui mais de 200 produtos de alta qualidade em sete categorias: cuidados com a pele, maquiagem, cuidado com os cabelos, cuidados com o corpo, proteção solar, fragrâncias e linha masculina. A sede mundial nos Estados Unidos está localizada no Norte de Dallas (Texas) e ocupa uma área de aproximadamente 55.000 metros quadrados. Atualmente, mais de 13.000 mulheres nos Estados Unidos ocupam a posição de Diretora de Vendas Independentes, um papel de liderança que significa ter atingido o objetivo e ter impulso para crescer.

No Brasil, a Mary Kay Brasil iniciou suas atividades em julho de 1998 e, atualmente, conta com uma força de vendas com cerca de 10.000 Consultoras de Beleza Independentes presentes nas principais cidades do país e mais de 70 diretoras de Vendas Independentes. Fechou o ano de 2003 com faturamento de R$ 14.000 milhões e a expectativa é de que em 2004 este número chegue a R$ 22 milhões.

A companhia é comprometida em proporcionar o apoio e os recursos necessários para aquela que acredita em si e no seu potencial empreendedor ajudando-a impulsionar sua energia para a expansão do seu próprio negócio.

A Mary Kay Cosmetics baseia-se nos elevados ideais de integridade, capacidade e confiança das mulheres. Sua visão proporciona um dos caminhos mais atraentes para a independência financeira, a flexibilidade e a satisfação. A Mary Kay Cosmetics se diferencia no que diz respeito à oportunidade: a liberdade de uma colaboradora comum se tornar uma empreendedora, o apoio da infraestrutura de bilhões de dólares e o companheirismo de uma comunidade de mulheres esclarecidas e empreendedoras.

A Administração de Pequenas e Médias Empresas dos Estados Unidos considera a Mary Kay Cosmetics uma força econômica internacional, pois segundo dados estatísticos mostram o aumento considerável das mulheres que se lançam no mercado, abrindo o seu próprio negócio.

O objetivo da Mary Kay Cosmetics é ajudar as mulheres a reconhecer os seus valores. Sua missão é enriquecer a vida das mulheres.

Para Dolabela (2003) o empreendedor é um ser social. A percepção de que a geração do espírito empreendedor tem origem em valores, visão global, práticas e relações sociais é de uma comunidade. Talvez seja uma das mais significativas conquista do campo do empreendedorismo, que possibilita identificar uma forma de empreender que representa o ventre de todas as demais manifestações: o empreendedorismo coletivo, cujo resultado é a geração do capital social.

Ao longo do tempo Mary Kay ensinou as mulheres de maneira simples e objetiva a viver e doar um pouco de si. Sua personalidade generosa era famosa. Assim proporcionou esperança às mulheres que não tinham oportunidade e auto-estima, e apoio financeiro às causas em que ela acreditava.

Em 1996, criou a Fundação de Caridade Mary Kay para ajudar a combater causas que acreditava serem indispensáveis: encontrar a cura para o câncer e combater a violência doméstica contra as mulheres ao redor do mundo.

Para Dolabela (2003), empreender é um processo de aprendizagem proativa, em que o indivíduo constrói e reconstrói ciclicamente a sua representação do mundo, modificando-se a si mesmo e ao seu sonho de auto-realização, em processo permanente de auto-avaliação e autocriação.

Pessoas que possuem espírito empreendedor como o de Mary Kay são capazes de mudar sua trajetória no meio do caminho, como ela própria a fez. De um livro a um Plano de Negócios.

Para Franco apud Dolabela (2003), é possível para um empreendedor criar o cenário no qual irá protagonizar, mantendo-se em constante renovação, pois disto dependerá o seu sucesso e daqueles que acreditam que podem ir além do sonho.

Júlia Valéria Telles – Bacharel em Administração de Empresas e Acadêmica em Ciências Contábeis da UNIMONTE – Centro Universitário Monte Serrat

Um comentário:

Mahaila Diluzz disse...

Achei muito interessante esse artigo. Espero que aproveitem! Bjks

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